O capítulo "O desejo de analista" de Bruce Fink, presente em seu livro "Introdução clínica à psicanálise lacaniana", aborda um dos conceitos fundamentais da psicanálise lacaniana: o desejo do analista. Fink argumenta que, ao contrário do que se pode pensar, o desejo do analista não é algo que pode ser completamente controlado ou eliminado. Na verdade, o desejo é parte integrante do processo analítico e pode ser usado de forma produtiva para ajudar o paciente a alcançar uma compreensão mais profunda de seus problemas.
O autor destaca que o desejo do analista não é o desejo sexual, como muitos podem imaginar, mas sim o desejo de saber e de entender o paciente. Ele enfatiza que o analista precisa estar disposto a se envolver emocionalmente com o paciente, sem deixar que suas próprias questões pessoais interfiram na análise. Fink destaca a importância de o analista ter uma relação "neutra benevolente" com o paciente, em que ele não busca satisfazer suas próprias necessidades ou desejos, mas sim ajudar o paciente a encontrar suas próprias respostas.
Uma das principais contribuições de Fink neste capítulo é a ideia de que o desejo do analista é o único desejo que o analista deve ter durante a análise. Isso significa que o analista deve evitar qualquer tipo de desejo que possa interferir na análise, seja ele sexual, emocional ou de qualquer outra natureza. Isso não significa que o analista deve ser frio ou distante, mas sim que ele deve estar consciente de seus próprios desejos e limites, para que possa ajudar o paciente da melhor maneira possível.
Em suma, o capítulo "O desejo do analista" de Bruce Fink é uma contribuição valiosa para a compreensão do papel do analista no processo analítico. Fink argumenta que o desejo do analista é parte integrante do processo e pode ser usado de forma produtiva para ajudar o paciente a alcançar uma compreensão mais profunda de seus problemas. Ele enfatiza a importância de o analista estar consciente de seus próprios desejos e limites, para que possa ter uma relação "neutra benevolente" com o paciente. A ideia de que o único desejo do analista deve ser o desejo de entender e ajudar o paciente é uma contribuição importante para a teoria e prática da psicanálise.
Com base em estudos psicanalíticos, o "desejo de analista" é considerado um dos conceitos fundamentais da psicanálise lacaniana. Este desejo pode ser entendido como o desejo do analista de entender e ajudar o paciente, sem interferir na análise com seus próprios desejos pessoais. Neste sentido, diversos autores têm discutido este tema em seus trabalhos, apresentando diferentes perspectivas sobre o assunto.
Barbato (2010) destaca que o desejo do analista é um dos pontos centrais da teoria e prática da psicanálise, e que este deve estar sempre presente no processo analítico. Segundo ele, o desejo do analista é fundamental para que o paciente possa se sentir acolhido e seguro para expor suas angústias e conflitos, sem medo de ser julgado. Além disso, o autor enfatiza que o desejo do analista não deve ser confundido com o desejo sexual, mas sim com o desejo de saber e entender o paciente.
Moretto (2018) aborda o tema do desejo do analista a partir da perspectiva de Jacques Lacan, um dos principais teóricos da psicanálise lacaniana. A autora destaca que o desejo do analista é um dos conceitos mais importantes de Lacan, e que este é o desejo de escutar e compreender o paciente, sem interferir em suas questões pessoais. Moretto enfatiza que o analista deve estar atento aos seus próprios desejos e limites, para que possa oferecer uma escuta empática e ajudar o paciente a encontrar suas próprias respostas.
Dunker (2012) apresenta uma visão crítica sobre o desejo do analista, argumentando que este pode ser entendido como um ideal inatingível. Segundo o autor, o desejo do analista é uma fantasia, que pode levar a uma sobrecarga emocional do analista e a um comprometimento da análise. Dunker destaca que, em vez de se concentrar no desejo do analista, é importante que o analista trabalhe para manter uma postura ética e reflexiva, que permita a escuta empática do paciente.
Além desses autores, há uma vasta literatura sobre o tema do "desejo de analista" na psicanálise, que pode ser consultada por aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto. Vale ressaltar que a compreensão do desejo do analista é fundamental para a prática clínica em psicanálise, e que este deve ser constantemente avaliado e trabalhado pelo analista, a fim de garantir um processo analítico ético e efetivo.
Em suma, o "desejo do analista" é um conceito fundamental da psicanálise lacaniana, e tem sido objeto de estudo e discussão por diversos psicanalistas. Enquanto alguns destacam a importância do desejo do analista para o processo analítico, outros são mais críticos em relação a este conceito, argumentando que ele pode levar a idealizações e sobrecargas emocionais do analista. No entanto, a maioria dos autores concorda que o desejo do analista deve ser entendido como o desejo de escutar e entender o paciente, sem interferir em suas questões pessoais.
Referências bibliográficas:
Barbato, W. (2010). Desejo de analista e pulsão. Revista Brasileira de Psicanálise, 44(2), 155-168.
Dunker, C. (2012). Sobre o desejo do analista. In Cadernos de psicanálise, 34(28), 137-156.
Fink, B. (1998). Introdução clínica à psicanálise lacaniana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
Moretto, M. L. T. (2018). O desejo de analista segundo Jacques Lacan. Psicologia em Pesquisa, 12(2), 225-233.
Comentários
Postar um comentário