O texto "Psicologia das Massas e Análise do Eu" de Sigmund Freud, escrito logo após a Primeira Guerra Mundial, explora os fenômenos psicológicos que ocorrem quando indivíduos se agrupam em massa. Freud analisa como a identidade individual se dissolve em favor de uma identidade coletiva, destacando a influência de líderes carismáticos, ideologias e instituições sociais na formação e manipulação das massas.
No contexto do texto, tanto o exército quanto a igreja são instituições que exercem um poder significativo sobre as massas. O exército representa uma forma de organização hierárquica e disciplinada, onde a individualidade é suprimida em prol do propósito coletivo, moldando comportamentos e valores em direção aos objetivos militares. Por outro lado, a igreja exerce influência através da religião, explorando aspectos emocionais e espirituais para unir e controlar as massas.
Esses temas encontram ressonância em regimes de extrema direita, como o governo de Jair Bolsonaro no Brasil. O autoritarismo, a retórica populista e a manipulação das emoções coletivas são estratégias comuns nesses regimes, refletindo os mecanismos psicológicos discutidos por Freud. A ascensão desses líderes muitas vezes está associada a ataques à democracia, minando instituições democráticas para consolidar o poder autoritário.
Além disso, a pregação religiosa também é utilizada como ferramenta para controlar as massas, promovendo valores conservadores e legitimando a autoridade do regime. A manipulação da fé e das crenças religiosas pode ser uma poderosa ferramenta de controle social, especialmente em contextos onde a religião desempenha um papel significativo na vida cotidiana das pessoas.
Em suma, o texto de Freud fornece insights profundos sobre os mecanismos psicológicos subjacentes ao comportamento de massa, destacando a interação entre instituições sociais, líderes carismáticos e ideologias na formação e manipulação das massas. Essas reflexões são especialmente pertinentes ao examinar regimes políticos contemporâneos e suas estratégias para controlar e manipular a opinião pública.
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